terça-feira, 5 de abril de 2011

Um sorriso doce!


                                    PEDRO HENRIQUE DE SOUZA BARRETO, 5 ANOS

Rosane descobriu que Pedro Henrique é autista aos 2 anos e 3 meses, em uma consulta de rotina ao pediatra, no qual ela reclamou que ele não falava nada só balbuciava. A pediatra fez outras perguntas e deu o diagnóstico: autismo. Outros parentes mais próximos já haviam percebido algo de diferente naquela criança, mas por receio não tiveram coragem nemd e comentar.
É impoertante ressaltar que se você perceber alguma diferença, alguma alteração de comportamento na criança comunique imediatamente aos pais, pois isso poderá ajudar e muito no diagnóstico precosse e no tratamento adequado.
Todas as mamães de autistas que deram seus depoimentos aqui, disseram a mesma coisa com realção ao preconceito, a não aceitação e a falta de informação das pessoas com relação ao autismo e com isso acaba gerando preconceito e fazendo comparações, sendo que, cada um é único no seu modo de ser e agir. Assim como cada ser humano tem seu tempo para assimilar as coisas, tem seu limite e seu jeito de ser que nos torna únicos e isso precisa ser respeitado.

Segue a história de Pedro Henrique, é impossível conhecê-lo e não se apaixonar!

                                                 Pedro Henrique e a mamãe Rosane

Descobri que Pedro Henrique é autista quando ele completou 2 anos e três meses. Fomos para consulta rotineira na pediatra, me queixei novamente da fala dele, pois o Pedro não falava nada, só balbucio. Ela me fez várias perguntas que a levou dizer que Pedro era autista, me indicou um neuropediatra de sua confiança para efetuar uma consulta e alguns exames.
Algumas pessoas de minha família que eram pedagogas e que sabiam sobre autismo perceberam algo de diferente no Pedro, mas não tiveram coragem de me conta.
Quando mencionei acima o que a pediatra falou, meu esposo foi contra, disse que ela era maluca e que jamais voltaríamos nela. Eu liguei para meus parentes em Brasília e perguntava sobre autismo. O que era e se era doença. Eles diziam que não era doença. Após 15 dias minha mãe me ligou dizendo que viu uma reportagem de autismo em Brasília que as crianças andavam na ponta do pé, foi então que acabei me despertando e entrei na internet, joguei a palavra autismo (pois nem sabia o que era isso), e veio muitas informações, inclusive as característica de uma criança autista, e lendo tive um choque!! Vi que quase todas meu Pedrinho tinha, a partir daí entrei nesse mundo para vencer esta batalha.
No início foi muito difícil, porque não sabia do que se tratava, e por isso estava muito imatura no assunto. Fui em vários neuropediatras e alguns diziam que ele era autista e outros não, me confundia muito, pois nesse momento queremos ouvir que eles não são, mas no meu íntimo tinha certeza que algo eles tinham razão, não queria tampar o sol com a peneira, pois isso me fazia sofre mais.
O que mais me fazia sofrer era a fala que ele não tinha. Ele sempre foi muito esperto, ágil, inteligente, mas a comunicação do Pedro era não verbal e todos diziam que quando ele começasse a falar ele ia longe e graças a Deus com 3 anos ele desenvolveu a fala e cresceu demais.
Um dos meus desesperos maiores era o financeiro, pois ele tinha que fazer muitas terapias e que não podíamos arcar na época, foi então que descobri a "Casa da Esperança" em Fortaleza que o aceitou para os tratamentos gratuitos e tive o diagnóstico nas mãos.
Chorei demais, meu Deus até me emociono. Ele ia para a Casa da Esperança todos os dias, era como uma escola no turno da manhã, ele fazia várias terapias no dia e assim passava a semana.
Eu sofria demais quando o deixava, porque via os autistas de lá (todo o tipo, criança, jovem e adulto) e imaginava, meu Deus será que meu Pedro vai ser assim? Eu urrava. Chorar era pouco, gritava no carro com Deus e pedia socorro!! Neste momento era um vazio que tinha na minha alma e só foi preenchido com os milagres que Deus fez na vida do Pedro Henrique.
Conseguimos todos em família uma maturidade neste assunto, Pedro interage, brinca, ri, chora, sente dores, é muito sensível, carinhoso, atencioso, prestativo, obediente, tem limites, enfim, uma criança como qualquer outra com suas limitações. Acredito que estas limitações dele são momentâneas e sabemos agir com ele da forma que ele entenda perfeitamente.
Olha a palavra preconceito é muito forte e no caso do Pedro ainda não evidenciou algo parecido, o que acontece é que as pessoas não sabem lidar com crianças autistas e muito menos sabem do que se trata. Vejo que cada um é cada um. Sempre aconselho que não devemos fazer comparações de um com outro porque cada um tem sua liberdade de expressão.
Posso citar um exemplo de "preconceito" - coloquei o Pedro em uma academia que tem um espaço kids, é muito legal! Deixamos a criança todas as tardes nesta academia fazendo muitas atividades, esportes junto com várias crianças. Acompanhei o Pedro uma semana, e tive a convicção de que ele apesar de ser um menino maduro, mas naquela situação a maturidade dele vai além de minhas expectativas porque lá só tinha crianças "normais", bem desenvolvidas que acompanhava tudo que o professor dizia nos momentos das atividades e, no entanto, Pedro não. Ele voava um pouco, acho que pra ele aquilo tudo não tinha significado como tinha pra mim entende?? Era como se ele não tivesse adaptando, mas não era bem assim, ele estava sim, mas do jeito dele e no tempo dele. Nós pais precisamos entender e respeitar isso!!
No 4º dia sai chorando de lá, porque não alcancei a minha expectativa, entendi que o Pedro ainda não tinha maturidade de controlar tantas ordens e movimentos de atividade por atividade, ele queria apenas a natação porque nela ele encontrava prazer e nas outras não. Sem falar das outras crianças que o olhavam e diziam: "ele é esquisito""!! ainda tinha outra questão, os professores não estavam aptos a entenderem este tipo de criança, e muito menos para a atividade, nem para ensiná-lo, porque lá era inclusivo, mas não tinha o apoio que eles e nós precisamos e quando é assim nos frustramos.



Não deixe de voltar amanhã, pois continuarei com esta linda história do Pedro Henrique, que ainda tem muito a nos ensinar.

3 comentários:

  1. Garoto lindo...
    Uma coisa q estava pensando esses dias... nas caracteristicas autistas, deveria conter que a crianca autista eh linda. Se nao for, nao eh autista. rs... Nos, mamaes desses anjos sem asas, apesar da nossa luta, somos abencoadas por Deus ter nos confiado tanta grandeza em um ser humano.

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  2. Como já falei cada dia fico mais encantada quando entro aqui! Não sei, mas me identifico de alguma forma, acho que por sofrer também com o Clebinho...Não é o mesmo problema, mas sofremos preconceitos até mesmo dos familiares, que teem filhos com o crescimento normal.
    Não há um só dia que não venha aqui e me emocione com as histórias desses anjinhos.
    Amiga, continue nessa luta, é muito lindo o que vc está fazendo e tenha certeza que cada um que acessa aqui passa a ter conciência e aprende assim como eu estou aprendendo. Conte aqui com sua amiga de sempre.
    O Pedrinho é lindo.

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  3. Belíssima a história de Pedro Henrique e a luta de sua mãe. Este assunto de seu blog deixa a certeza que vai ajudar muita gente a pensar seriamente no problema. Continue firme.
    Estou de pleno acordo com o comentário de All Nations Cup: não conheço nenhum autista feio. Sem falar na genialidade deles quando adultos.

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