Uma trajetória de superação...

No intúito de ajudar muitas mamães que tem seus pequenos autistas e se vêem perdidas, sem saber o que fazer ou a quem recorrer, decidi juntamente com Juliana escrever relatos da história dela. Mas não me contive em ficar somente comigo e Juliana, e um pouco de amigos que incasavelmente tentamos chamar a fazerem parte deste blog, então fiquei aqui a meditar em alguma forma de propagar este espaço. Recorri a rede mundial de computadores, e lá consegui alguns e-mails de pais de autistas que pedem algum exclarecimento, alguma ajuda. Contactei com alguns deles e obtive algumas respostas e dentre elas, hoje, destaco o Filipe, que mora no Rio de Janeiro.

                                 Filipe está com 18 anos, e uma longa trajetória de superação.

Segue o e-mail que recebi da Ray, mamãe do Filipe.

Olá Luciene, muito obrigada pela oportunidade de divulgar e contar a história de Filipe.

   Filipe nasceu normal com um apgar de 9 . Chorou e se comportou como um bebê perfeito desde o nascimento até 2 anos de idade. Em 1985 não se falava em autismo no Brasil e isto fez com quem eu peregrinasse de médico em médico querendo saber porque meu filho normal até os 2 anos parou de falar e passou a ter um comportamento arredio e solitário. Ele chorava muito, e desenvolveu uma dermatite atópica , talvez pelo autismo.
Angustiada e sem saber mais o que fazer, prometi a mim mesma que o ajudaria  com ajuda do Meu Deus Todo Poderoso.
  Não consegui diagnóstico e sim fonoaudiologia, terapia ocupacional , equoterapia , natação. Com 3 anos ele me surpreendeu mostrando que sabia ler montando jogos de letra com nomes de pessoas. Aprendeu a escrever em letra de forma sozinho as palavras iniciais  PENA E BOLA .
   Coloquei -o  então numa escola normal com 4 anos, no jardim de infancia, mas tive que retira-lo, porque não acompanhava a turma e ficava debaixo da sua mesa rasgando todo trabalhinho que lhe era dado. No dia da reunião, todas as mães tinham o que levar para casa, os trabalhinhos realizados e eu nada, só os sinto muito das professoras que o adotavam com carinho.
  Só aos 8 anos consegui que uma professora especial desse aula para ele.
  Nesta epoca conheci Dra. Maria Cristina Abreu, psiquiatra infanto juvenil que quis trata-lo junto com a familia.
 Nesta época eu estava com a síndrome do pânico e me sentia perdida também, mas tinha a consciência das minhas dificuldades, e creio que este foi o fator determinante para entender o sofrimento psíquico do autismo de Filipe. Eu era diferente também, mais era mãe.  Tinha que ter muita força para ajudar meu filho.

Desenho em papel A4 com lápis hidrocor . Filipe tem uma pasta com mais ou menos 50 trabalhos desse tipo que fez quando criança, essa coleção mostra  o início de seu gosto pela arte e isso serviu muitas vezes para deixa-lo mais tranquilo.


 Foi nesta longa terapia sentada no sofá, falando e vendo Filipe desenhando no chão. Meu marido também lá estava acompanhando todo processo e aprendendo a lidar com Filipe.  Fui contando todos os meus medos.

Filipe, ficava escutando desenhando absorto , quem sabe não tenha visto que não era só ele diferente . Mas via a minha força de vontade para me curar. Creio que foi isso que o fez se esforçar em pintar o que pinta hoje. Todo o tempo também escutava que nós deveríamos trata-lo normamente e respeitar as suas dificuldades.
O processo foi longo,  eu recolhia os rabiscos e desenhos da terapia e os de casa e guardava numa pasta encadernada . Filipe achava  aquela pasta e sempre a folheava as vezes sorrindo.
 Com 18 anos finalmente encontrei Vera Ranieri, uma professora de arte que fez de tudo para ajuda-lo. Ela foi uma benção do Meu Deus Todo Poderoso.
  Mas eu precisava conhecer meu filho , precisa chegar mais perto dele.
Comprei então telas e tintas, pincéis para ele pintar em casa sozinho. Foi aí que surgiram as telas que hoje estão no site http://www.arteautismo.com/
e foi aí que conheci meu filho mais de perto e vi como ele se esforçou.
Melhorei do pânico, e hoje sou florista /paisagista.
Trabalho de quinta a Sábado  para sempre estar perto dele. quando não estou , minha mãe fica com ele com mesmo carinho, sempre respeitando seu jeito de ser.
Tenho um filho autista adulto independente, carinhoso e peço para as mães de autistas que tenham paciência e amor para ver os resultados.
Um grande beijo.
Ray

Pintura óleo sobre tela 1.20x0.80.   Essa tela conforme Filipe, escreveu é a sua família,  o maior de todos é ele  Filipe . Ele próprio se identificou .

OBS: Hoje Filipe está precisando de ajuda para conseguir um emprego. Segue o pedido que sua mãe fez para mim hoje, e deixo aqui registrado, caso alguém saiba como ajudá-lo, por favor, entre em contato conosco, ou no site www.arteautismo.com. e Tel: 055 21  2467-7229  - 21 8373-6953 

Oi Luciene, gostaria muito de pedir a sua ajuda e solidariedade. Voce viu as pinturas de Filipe não foi?  As pessoas dizem que elas sao bonitas. Seu ego foi fortalecido pela ação da pintura e pelos elogios e consideração recebida.
Mas tudo pode ser em vão se esta arte não tiver continuidade.
Por isso venho fazer um pedido de mãe para você Luciene.
Preciso conseguir um empresário, solidário que dê um emprego para Filipe.
Um emprego e o resultado dele forma a pessoa. Dá dignidade a ela!
 
 As imagens que ele pinta poderia decorar uma caixa de perfume, um folder, um catálogo,
um convite de agência de publicidade , um cartaz de supermercado. Creio que ele vendo o que faz sendo usado iria melhorar ainda mais internamente e se estruturar.
Não é um pedido de dinheiro, mas sim de apresentação do que ele faz.
 Esta ação ajudará muitos pais de autistas desenvolverem alguma aptidão do seu filho, tirando-os do ostracismo.
Filipe poderá pintar ao vivo para a pessoa interessada na arte dele.
Peço isso para você, pois conhece muitas pessoas. Por favor nos ajude.
Ray

Então, caso você conheça alguém que poça ajudar o Felipe, entre em contato conosco. Visitem o site do Filipe e veja o que realmente está por lá. É magnífico tudo que tem lá. Desde já agradecemos grandemente por toda e qualquer ajuda.

Deus os abençoe.

Luciene Jacob

Segue algumas fotos dos quadros do Filipe. Não deixe de conferir no site os outros quadros e a história de vida do Filipe contada detalhadamente.

OBS: Fotos retiradas do Site http://www.arteautismo.com/

com autorização dos mesmo...todos os direitos foram preservados.