Depoimento de uma mãe...

Olá! Continuando com nosso assunto AUTISMO, conversei com Juliana Dutra, mãe do Ian, que tem um grau leve à médio de autismo. Deus me abençoou ao me apresentar os dois. Aprendo muito com eles, embora não tenha contato físico com os dois, pois moram muito distante, nos EUA, mas graças a Deus que existem telefones, e-mails, blogs, flogs, orkuts, enfim a tecnologia que nos aproxima e amenisa um pouco a distância.

Afim de exclarecer mais sobre o autismo fiz umas pergunta a Juliana a respeito de sua vida, e ela gentilmente me respondeu, e permitiu que eu tornasse pública a sua história e de seu filho: IAN.

Você já sabia o que é o autismo antes de ter o Ian?
Eu nao sabia o que era autismo nao! Eu como a maioria das pessoas, pensava que o autista era a pessoa que era completamente fora da realidade. Vivia em um mundo só dele e nunca tinha consciência do nosso mundo.

Qual a sua reação quando soube que Ian era autista?
Quando eu ouvi falar a primeira vez que ele poderia ser, eu fiquei em choque. Mas fui me informar melhor. Meses depois ele teve o primeiro diagnostico. Fez um teste com 3 terapeutas. E elas falaram sobre autismo. a minha primeira pergunta foi: O QUE EU FIZ DE ERRADO?  E elas me explicaram que NADA. A culpa nao era minha e de ninguém. Me falaram algo sobre autismo e começaram assim as terapias. Fono, fisico, TO ( terapia ocupacional). Comecei a comprar livros, vídeos, internet ( o que é um pouco perigoso porque se vê de tudo). 5 meses depois ele teve o diagnóstico de uma Neuro. E ela me deu um livro "gigante" falando sobre autismo. Eu li umas 3 vezes... E decidi fazer com que esse diagnóstico nao definisse o meu Ian. Que eu faria o que fosse necessario pra fazer dele uma crianca feliz e um adulto com sucesso... E foi isso que fiz e faço! Me informo o máximo que posso, porque o autismo como nao é "conhecido" bem pela medicina, a cada dia tem uma novidade. Começaram dizendo que vacinas estariam causando o autismo... foi provado que nao! Mas ainda existem os que acreditam nisso, e até fazer "campanha" contra vacinação! Causando às vezes, a morte de crianças pela falta da vacina. Hoje os estudos tem mostrado que o autismo é genético. Nao existe um ponto final nesses estudos ainda... E é essa a luta de todas organizações. Claro que também informar, mostrar a quem não conhece que autismo nao é contagioso... E se fosse, eu gostaria muito de pegar! rs rs rs. Ian é feliz, não se importa com a maldade dos outros, não vê isso! Nao faz mal a ninguém. Nós aprendemos com ele no nosso dia-a-dia. O Amamos mais que tudo em nossas vidas. Ele é o nosso anjo, o nosso presente de Deus.

Você disse que Ian tem um grau leve de autismo. Poderia explicar como é isso?
O autismo tem graus. Existe leve, médio e severo. O Ian é leve pra médio. Ele tem consciência de tudo em volta dele. Uma inteligência que nos orgulha muito. Com 2 anos de idade ele escreveu o nome. E antes disso, já conhecia todo o alfabeto. Ele escrevia aos 18 meses, o alfabeto de trás pra frente... Um dia eu tentei, e eu não consegui! rs. Até conseguiria, se pensasse muito, e ele fazia rapidamente. Isso chamou nossa a atenção! Porque tinha algo diferente ali... Comentei com o médico, e começamos então, a procurar o que poderia estar acontecendo. Fizemos vários exames. audição e etc... e nada foi diagnosticado, porque o autismo nao é diagnosticado por um exame físico. É somente comportamento. Existem hoje, alguns estudos que já podem dizer que uma parte do cerebro de um autista é diferente dos demais... mas nada certo ainda. E então com 2 anos e meio, o Ian teve o primeiro diagnóstico. Uma pessoa com autismo severo, é realmente aquelas que perderam completamente a noção do que acontece em volta. Vivem no mundo delas.

Alguém mais na sua família e/ou do seu esposo tem autismo?Na minha família não existe ninguém diagnosticado com autismo. "DIAGNOSTICADO"... porque a uns anos atrás, uma criança como o Ian por exemplo, seria classificada como "sonsa" ou mimada, ou qualquer outra coisa menos autista. Eu quando criança tive uns problemas que talvez hoje seria classificado como autismo leve. Eu não gostava de brincar com outras crianças e gostava de ficar sozinha. Mas não tive muito atraso na fala.

Espero contribuir de alguma forma, e tentar ajudar famílias que passam por essa situação, que sabemos não ser fácil, pensando nisso disponibilizo o espaço jacob para trocar experiências. Se você, por acaso quiser contar sua vida, dividir com outras pessoas sua história, não deixe de escrever para mim: lucienejornalista@gmail.com terei o maior prazer em ajudar, em divulgar seu relato por aqui. É sempre bom dividir, a cruz fica mais fácil de ser carregada e aprendemos muito com os relatos dos outros.